terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tempo de Aparências

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Estava lendo um artigo que falava a respeito da autenticidade das coisas, da verdade ou mentira das informações e fatos que hoje vemos no (com o) mundo virtual. Se tal texto é, realmente, de fulano, se tal informação ali contida é, realmente, verídica. Muitos reclamam ou já reclamaram disso. Não é uma novidade do ser humano. Já duvidamos que a Terra era plana, que o sol girava em volta da Terra, mais recentemente de que o homem pisou na lua e por aí vai. com o advento da internet isso se tornou mais complexo e viável.

Cheguei a uma primeira conclus... Ver maisão que não devemos, tanto, nos preocupar mais com isso... e sim, nos divertimos com as coisas... não levarmos o mundo ou a existêncita tão a serio. Aliás, venho pensando nisso como uma nova possibilidade para inverterms uma coisa que, sim, me incomoda nos tempos modernos. Há uma forte inversão de valores que nos transforma mais em máquinas, do que em seres humanos, vivemos num tempo em que a aparência tomou lugar da essência. Em todos os sentidos, na micro ou na macro análise, iremos perceber esse fato. Iremos constatar que o que você aparente é mais importante com o que você é ou pode oferecer, que como você vende (se consegue vender ou quanto consegue vender) é mais importante do que O QUE ESTÁ vendendo... e por aí vai... talvez agora com esse universo virtual e suas informações jogadas e sem remetente e menos ainda emitente, não nos preocupemos mais com da onde veio ou de quem, mas sim com o conteúdo daquilo, o quanto aquilo pode contribuir. Não que não seja interessante e importante saber de quem é aquilo, etc e tal... (outra discussão aqui: direitos e autorias, mas....) mas talvez nos ajude a repensar a importância da qualidade, do "produto". A embalagem não deveria ser, para mim, mais importante que o conteúdo. Um trecho bem legal desse texto que li, de Marta Barcelos diz o seguinte "O entorpecimento nos deixou parecidos com o camponês alheio, que acreditava nas lendas e duvidava da ciência (com certa razão, diga-se de passagem). Ao contrário deles, porém, não tememos os deuses, nem a fúria da natureza, apenas estamos voltados demais para nós mesmos, não temos mais essa curiosidade toda em relação ao mundo real. O excesso de informação nos exauriu. Queremos apenas nos divertir.

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Para quem gosta de TEATRO

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Uma boa dica de site para quem gosta de teatro.
O Caderno Teatral é um site independente com blog de resenhas críticas de espetáculos.
Luciano Maza é dramaturgo e diretor teatral e adotou alguns critérios para divulgar os espetáculos que são assistidos e analisados por ele.

Segundo ele, é realizada uma escolha das melhores peças assistidas pelo editor e seus caloradores que assim escrevem suas impressões apenas sobre aquelas que consideram as mais interessantes e recomendáveis para os leitores. No entanto, o fato de determinada produção não estar presente não reflete diretamente sua qualidade pois a análise passa por critérios específicos da linha editorial e da opinião da equipe, e muitas vezes outros fatores como o período da temporada impossibilitam a publicação sobre a mesma.

http://www.cadernoteatral.com.br


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Plano Nacional de Banda Larga X Interesses Corporativos

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Para quem se interessa ou quer ficar mais informado sobre o caso da "Banda larga para todos"... (Eletronet, José Dirceu, Telebrás... etc... ) vai aqui um texto BEM esclarecedor do assunto. Escrito por Luis Nassif.

Eletronet: o lobby foi da Folha

Fecha-se o circuito de um dos grandes lobbies montados recentemente pela mídia.

Acompanhe:

1. A Folha, através do repórter Marcos Aith, traz a manchete bombástica de que um cliente de José Dirceu, Nelson dos Santos – sócio da massa falida da Eletronet – iria receber R$ 200 milhões do governo, caso saísse o Plano Nacional de Banda Larga, em cima da rede de fibras óticas da empresa – que o governo já tinha pegado de volta, sem nada pagar. Atribuiu a operação – que, segundo Aith, beneficiaria Nelson – ao lobby de José Dirceu.

2. No mesmo dia, aqui, se desmontou essa tese. Mostrou-se que, na verdade, governo e Nelson estavam em lados opostos. O governo retirando a rede da Eletronet, sem nada pagar; e Nelson querendo manter o controle da empresa.

3. A matéria era maliciosa e relacionava a caução que o governo teve que depositar no processo movido pelos credores (para poder ficar com a rede de fibras óticas) com os supostos benefícios ao Nelson. Ora, a ação era de credores querendo receber pelo que entregaram, não dos ex-acionistas. De que modo Nelson ganharia R$ 200 milhões? A matéria não explicava. E foi duramente cobrado do Aith, aqui, que mostrasse de que forma se daria o pagamento.

4. No dia seguinte, mudou totalmente o enfoque da matéria – mas sempre colocando a União como cúmplice do Nelson. Agora – na matéria do Aith – a Oi estava querendo adquirir as dívidas dos credores para poder assumir a rede da Eletronet. Do que se aproveitou Aith/Folha para relembrar o caso BrOi, Gamecorp, a assessoria do José Dirceu etc. A matéria foi abatida em pleno vôo por outra – esta, séria – do Estadão, informando que Nelson ganharia R$ 70 milhões, mas só na hipótese da Oi entrar. E a Oi não entrou justamente porque foi barrada pela Eletrobras, em função do PNBL. Ou seja, quem gorou a aventura do Nelson (que assumiu 51% da Eletronet por R$ 1,00) foi o PNBL – o oposto do que Aith/Folha falava. Nelson só ganharia se o plano gorasse.

5. Durante dois dias seguidos, Aith/Folha ficaram com a broxa na mão. Afinal, iriam deixar passar batido a barriga ou abririam as cartas sobre as fontes da informação.

Sem alternativa, na matéria de hoje Aith abre as cartas: a fonte da tal matéria era o próprio Nelson dos Santos.

O empresário diz que a autofalência da Eletronet não é culpa dos sócios privados. “O pedido de autofalência foi feito pela Lightpar [que representa o governo na empresa] e não pela AES [sócia majoritária na época]“, disse Santos à Folha antes da publicação da reportagem.

Aí, o leitor mais desavisado perguntaria: mas a troco de quê o próprio Nelson faria uma denúncia sobre uma operação (o PNBL) que, segundo a própria matéria, o beneficiaria? Mania de suicídio?

Qualquer repórter iniciante, mais que isso, qualquer pessoa medianamente inteligente e intelectualmente honesta se perguntaria porque uma fonte estaria lhe passando informações denunciando uma operação da qual supostamente ela seria beneficiária. Aith não é ingênuo, não é novato e não é despreparado. Mesmo assim, não perguntou.

Não há hipótese de Aith/Folha não saberem que as informações vindas de Nelson dos Santos se destinavam a melar o PNBL. E, sendo assim, seria impossível que o PNBL beneficiasse Nelson e a Eletronet. Então por que insistiram nesse falso escândalo? Aliás, pela própria declaração de Nelson – só agora revelada por Aith – se constata que o repórter já sabia das pendências entre governo e Eletronet antes de saírem as denúncias. Estava informado sobre o imbróglio jurídico e sobre a maneira como a lógica do PNBL contrariava os interesses de Nelson. E reportou justamente o contrário, fazendo o jogo da fonte.

A lógica final é simples.

1. Nelson só receberia R$ 70 milhões se não saísse o PNBL e ele pudesse negociar a Eletronet com as teles. Nesse caso, a candidata pagaria os credores (no lugar do governo pagar), a empresa sairia da falência e ele receberia R$ 70 milhões pela venda.

2. A única arma que ele tinha eram os recibos de pagamentos ao José Dirceu. A maneira que encontrou para torpedear o PNBL foi pegar os recibos do que pagou a José Dirceu, chamar o notório Aith e combinar uma matéria que diria que o pagamento foi para viabilizar o PNBL e beneficiar a ele, Nelson. Com essa jogada primária, pretendia inviablizar o PNBL e depois sair com a história de que o setor privado resolveu o problema, pagando as dívidas da Eletronet em lugar de gastar dinheiro público. E, aí, embolsaria algo entre R$ 70 milhões e R$ 200 milhões, pagos pela compradora.

A última matéria de Aith, em que a trama é deslindada, porque obrigado a abrir a fonte, é um fecho clássico para uma das grandes manobras de lobby contemporâneo.

Segundo a última matéria de Aith, o lançamento do PNBL inviabiliza a Eletronet. Mas poderá beneficiá-la, «caso o governo mude de ideia». Ora, quem pretendia fazer o governo “mudar de ideia”? O escândalo bancado pela Folha.

Agora, o governo sinaliza que não precisará mais da Eletronet, já que as fibras foram transferidas. Mas, segundo os advogados envolvidos no processo, no estatuto da Eletronet está definido que ela será a única gestora da rede por mais 11 anos. Caso o governo mude de ideia, os sócios privados terão de ser indenizados, incluindo Nelson dos Santos.

Mudar de ideia, significa manter a Eletronet como espinha dorsal – algo que o Nelson quer e o governo não quer:

Outro cenário é o de que a controvérsia pela posse das fibras seja resolvida e o governo mantenha a Eletronet como “espinha dorsal” do PNBL.

Nesse caso, a Eletronet, saneada, aumentaria sua receita e faria crescer a participação de Santos. Hoje ela não tem valor, mas, diz Santos, pode passar de R$ 200 milhões caso seja reativada com a Telebrás.

Ou seja, Nelson ganharia de R$ 70 milhões a R$ 200 milhões se o lobby da Folha fosse bem sucedido, as informações distorcidas melassem o PNBL e a Eletronet pudesse ou ser negociada com o setor privada ou ser aproveitada para o plano – a empresa inteira (como pretende o Nelson) e não apenas a rede de fibras óticas (como planeja o PNBL).

Há um agravante. Antes de sair essa matéria, o jornal soltou outro factóide contra a Telebras, acusando um twitteiro de ter vazado a informação – que já era de amplo conhecimento geral – de que o governo iria ressuscitar a Telebrás. É evidente que foi um preparativo para o lobby final de melar o modelo Telebrás, abrindo espaço para a manutenção da Eletronet.

E por que, afinal, Aith/Folha teriam bombardeado a Oi, se ela poderia ser uma futura compradora? Porque, segundo a matéria do Estadão, a venda para a Oi renderia R$ 70 milhões a Nelson. Mas havia outro comprador disposto a pagar os R$ 200 milhões. Aliás, finalmente se descobre de onde sairiam os R$ 200 milhões para o Nelson. Sairiam se o lobby tivesse dado certo e a Eletronet fosse reativada com a Telebras – o que só ocorreria se o PNBL fosse para o espaço.

Hoje ela não tem valor, mas, diz Santos, pode passar de R$ 200 milhões caso seja reativada com a Telebrás.

Em jogo, portanto, de R$ 70 a R$ 200 milhões.

Aliás, não há mais o menor motivo para que Dirceu não revele os termos do contrato firmado com Nelson. Alegou sigilo contratual. Agora, está provado que quem vazou as notas de pagamento a Dirceu foi o próprio Nelson. Então, o acordo de confidencialidade foi quebrado unilateralmente.

É um bom momento para Dirceu colocar a história das suas assessorias em prato limpo.

Para ler todo o texto e acessar o site do Nassif:
Blog do Nassif

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A disputa pela liberdade de expressão na América Latina

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Recebi um e-mail com um pronunciamento do deputado federal do PSOL/SP, Ivan Valente, no dia 8 de outubro de 2009 na câmara dos deputados em Brasília, sobre o tratamento dado ao Golpe de Estado ocorrido em Honduras nos grandes meios de comunicação na America Latina, para não dizer no resto do mundo.



Para quem quiser continuar e ler na íntegra o pronunciamento do deputado é só...

Não sou de nenhum partido político e nem conheço muito a tragetória do Ivan Valente. Apenas corroboro com a posição dele e considero a discussão importantíssima para um debate democrático.

Como diria Churchill: "Não existe opinião pública, mas sim opinião publicada."
Não podemos deixar que continue assim. Temos que enfraquecer essa máxima. Por isso segue o pronunciamento do deputado Ivan Valente e asssim, tentamos diminuir o abismo entre a "realidade" e o que é publicado na grande mídia. Vamos abrir os olhos.


Sr. Presidente, Sras e Srs Deputados,

Nas últimas semanas, assistimos, assustados, aos níveis de autoritarismo atingidos pela imprensa brasileira na cobertura do golpe em Honduras. Enquanto nossa delegação parlamentar buscava em Tegucigalpa contribuir para a restituição da ordem democrática no país, a mídia nacional fazia malabarismos para legitimar um governo golpista e ignorava solenemente as inúmeras violações de direitos humanos e restrições aos direitos civis praticadas pelo governo Micheletti. Economizando decibéis, apenas registrou o fechamento e ocupação de emissoras de rádio e TV na capital pelo Exército
Hondurenho.

Os índices de violação da liberdade de expressão e de imprensa em Honduras, no entanto, são altíssimos. Em Tegucigalpa, o Canal 36, a Radio TV Maya e a Radio Globo foram ocupadas. A cabine de transmissão da Rádio Juticalpa, em Olancho, foi alvejada por metralhadores. Na cidade de Progresso, fecharam a rádio Progresso. O Canal 26, TV Atlântica, recebeu ordens dos soldados para não transmitir informações que viessem de fora do governo de fato. Os jornalistas também estão sendo ameaçados. Nos primeiros meses do golpe, Gabriel Fino Noriega, da Radio Estelar, foi assassinado por forças paramilitares. Isso para não falar das agressões que sofreram os repórteres da Telesur, de longe a emissora que tem feito a maior cobertura do golpe, e das proibições e repressões às manifestações públicas de apoio, nas ruas, ao presidente deposto Manuel Zelaya.

Apesar do vasto rol de violações à liberdade de expressão em Honduras, este não parece ser um problema preocupante para a imprensa brasileira. Tampouco o é – coincidência ou não – para a SIP, a Sociedade Interamericana de Imprensa, sempre a primeira a gritar quando qualquer Estado latino-americano promove mudanças nos meios de comunicação.

Foi assim quando o presidente venezuelano Hugo Chávez não renovou a concessão da RCTV, ou quando a Assembléia Nacional da Venezuela aprovou, em 2004, a Lei Resorte (Lei de Responsabildiade Social no Rádio e na Televisão), que tem como objetivo fomentar a responsabilidade dos prestadores de serviço, anunciantes, produtores nacionais independentes e usuários dos serviços de comunicação, buscando o equilíbrio democrático, a promoção da justiça social e a formação cidadã. Construída a partir de um amplo processo de participação popular, que durou mais de um ano com debates realizados em todo o país, a Lei Resorte priorizou a produção local e comunitária, deu apoio à mídia popular, estabeleceu a pluralidade de vozes em todas as mídias, definiu o funcionamento das emissoras públicas, prevendo mecanismos de controle social, regulou a propriedade dos meios e o conteúdo, com restrições de horário para crianças, tempo para veiculação de publicidade e previsão de veiculação de programas que valorizem a cultura nacional e a leitura crítica da mídia.

Quando, na Bolívia, o presidente Evo Morales aprovou um decreto reservando espaços dos meios de comunicação para a livre opinião dos jornalistas e outros trabalhadores ligados a sindicatos de imprensa, a grande mídia também chiou. Acharam um acinte terem que reservar três minutos diários no rádio e na TV para ampliar a pluralidade e diversidade de idéias e opiniões nos meios de comunicação em massa. Da mesma forma, bateram no projeto da nova Lei de Comunicação do presidente do Equador Rafael Correa que, após inúmeros debates no Fórum Equatoriano da Comunicação, propõe a divisão eqüitativa do espectro eletromagnético, por onde passam as ondas do rádio e da TV. A proposta é reservar 33% do espectro para cada um dos setores: público, privado e comunitário.

Também em defesa da pluralidade de vozes e do interesse público, o Parlamento uruguaio aprovou um projeto de lei sobre conteúdos digitais na televisão, no rádio e no cinema que fixou horários para a veiculação de determinados conteúdos e criou a figura do ombudsman público, uma ponte direta do cidadão telespectador e ouvinte com a empresa de comunicação. O ombudsman atenderá, por exemplo, a denúncias de pais que questionam o conteúdo que atinge as crianças e dará atenção à opinião de artistas e
escritores que estiverem sofrendo ameaças às suas liberdades. Desta vez, a imprensa brasileira silenciou sobre a importante iniciativa do país vizinho.

A última a sofrer os ataques da grande imprensa e a ser chamada de violadora da liberdade de expressão foi a presidenta da Argentina Cristina Kirchner. A nova lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, depois de debatida em audiências públicas e ter incorporado sugestões da base de oposição ao governo, foi aprovada no Congresso, promovendo uma transformação completa no monopólio histórico do grupo Clarín no país. De acordo com o texto, nenhuma empresa poderá ter mais de dez concessões de rádio e TV aberta (14 a menos que o limite atual) e quem possui um canal de TV aberta não pode, na mesma localidade, ser dono de uma emissora a cabo. Ou seja, a lei ataca a
propriedade cruzada na radiodifusão, proibindo a concentração vertical e também horizontal. A audiência também será limitada, como acontece em países como os Estados Unidos. As áreas cobertas pelo conjunto de emissoras de uma mesma empresa não podem atingir mais do que 35% dos habitantes daquela região, sob o risco de configuração de um outro tipo de monopólio.

A lei enfrenta ainda o problema da produção nacional, estabelecendo cotas mínimas para conteúdos produzidos no país, assim como a produção independente, que ganha uma reserva de 30% da grade de programação de emissoras localizadas em cidades com mais de 1,5 milhão de habitantes. Até a questão da monopolização da transmissão dos campeonatos de futebol – tão frequente aqui no Brasil – foi enfrentada. Um dos artigos garante o direito ao acesso universal aos conteúdos informativos de interesse relevante e de acontecimentos esportivos. Por fim, estabelece a realização de audiências públicas para determinar a prorrogação das concessões de rádio e TV.

Ou seja, assim como em vários países da América Latina, o Estado Argentino tomou as medidas necessárias para democratizar os meios de comunicação, garantindo mecanismos para a liberdade de expressão de setores antes excluídos da esfera pública midiática. Rapidamente, a imprensa brasileira foi pra cima da Presidenta Cristina Kirchner, assim como faz com os demais presidentes latinos que enfrentam o poder intocável dos meios de comunicação em massa. Trata-se de uma ação preventiva, para impedir que a onda que pretende construir uma mídia mais democrática em nosso continente chegue aqui no Brasil.

A I Conferência Nacional de Comunicação, agendada para dezembro, certamente terá entre uma de suas principais reivindicações a necessidade de quebra do monopólio da mídia e defesa da liberdade de expressão para todos e todas em nosso país. Será um espaço para a população manifestar seus anseios em relação ao setor das comunicações e, pelos resultados já apontados nas etapas municipais, que acontecem Brasil afora, o pleito por transformações na regulamentação dos meios será grande. Ao contrário do que defendem os radiodifusores e do que parece entender o Supremo Tribunal Federal, a
comunicação, como qualquer outra área, precisa ser regulada, para que não valha ali a lei do mais forte política e economicamente.

Uma parte dos grandes empresários da mídia se recusa a participar do debate público democrático. Retirou seus quadros da organização da Conferência e prefere seguir fazendo política como sempre, nos bastidores e corredores do Planalto e deste Congresso, sem ouvir os anseios daqueles que são nada mais que os receptores dos serviços prestados pelos radiodifusores. Enquanto isso, nossa imprensa ataca aqueles que promovem mudanças concretas visando a democratização dos meios e silencia diante das maiores violações à liberdade de expressão que ocorrem em Honduras. Algo está fora do lugar. E a sociedade brasileira, pelo que parece, dá indícios de que cansou de ficar sentada, calada, em frente à televisão. Que venham as transformações na mídia há tanto tempo reivindicadas pelo povo brasileiro.

Muito obrigado.

Ivan Valente

Deputado Federal PSOL/SP

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Informação do presente, informação no futuro

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Como venho afirmando, uma sociedade livre é uma sociedade bem informada. Estar bem informado é ter acesso a qualquer tipo de informação e liberdade para produzir conteúdo. Sempre com a discussão da ética como prioridade.

As novas tecnologias alteraram de forma brusca toda a maneira como nos socializamos. O mundo real passa ser estabelecido e permeado pelo virtual. Então não podemos ficar alheios a essas mudanças. Precisamos estar informados e capacitados a entender esses novos meios, essas novas tecnologias. Para ajudar um pouco a entender esse "novo" universo, seguem três vídeos interessantes pescados no Youtube para que você entenda melhor o que é, como funciona e a força do que chamamos de web 2.0.

WEB 2.0


Mídia Social


Estatísticas mundiais sobre o mundo nesse universo "wiki"...

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Interessante, mas...

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... me dá um certo medo. Esse vídeo faz uma análise do universo da web 2.0 e uma projeção de como será o futuro com os avanços na sociedade e no mundo virtual.

Um tanto futurista e coorporativo demais, no entanto e "infelizmente", não muito impossível de acontecer. Não vislumbro e nem compartilho dessa visão, aliás, combato esse tipo de relação em nossa sociedade, que busca acumular e aglomerar capital e incluir as pessoas como "homens-massa" e nos afastar do "homens-coletivo". Contudo não podemos negar que não deixa de ser uma análise interessante e verossímel. Basta a gente saber o que queremos, que futuro desejamos e lutar pelas mudanças necessárias. O que não podemos é achar os meios tecnológicos um mal criado pelos poderosos para dominar a Terra. Soa até ridículo. Precisamos combater o mal (mau) uso dos meios e fazer com que os direitos e deveres dos cidadãos sejam em prol de uma sociedade mais humanizada, ética e cooperativa.



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A Revolução da Mídia Social

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Para quem sempre achou bobagem ter Orkut, perda de tempo se inscrever no MySpace, aceitar convite no Facebook, MSN, Twitter e afins, esse vídeo ajuda a esclarecer algumas questões importantes a respeito do poder que as novas mídias sociais estão tendo cada vez mais no mundo, real ou virtual.



Não é porque você usa Orkut ou Facebook., conversa através do MSN ou GTalk, que você está disperdiçando o seu tempo. Até parece que se não fossem esses novos meios de comunicação, estaríamos lendo um bom livro, saindo com nossos amigos num bar pra conversar coisas "verdadeiras" olho no olho, conhecendo novos lugares... bobagem. Tudo na vida tem de ter um equilíbrio. Não devemos deixar de estudar, ler nossos romances, nossos clássicos da literatura (nada como num futuro bem próximo lermos alguns desses num IBook), mas a revolução que está acontecendo não pode ser negada, mas sim vivida, criada, aprimorada.

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Palavras que ajudam a refletir - Entrevista com Robert Happe

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Não sou seguidor, nunca li um texto dele, mas vi o video e compartilho de algumas idéias dele e, principalmente, acredito que essa entrevista nos ajuda a pensar mais sobre como vemos o mundo e de que forma podemos melhorar nossa convivência nesse planeta.

Como ele diz, não acho que a única maneira de mudar tudo isso seja "tirar" os poderosos do "poder", mas sim começarmos a mudar a consciência de cada pessoa para que realmente a verdadeira mudança, paradigmática, ocorra.

No meio da entrevista ele começa a falar da importância da união entre os sexos opostos, etc e tal... não sei se isso foi mais profundo, complexo e eu não soube, ainda, interpretar direito, mas não concordei muito com a posição, não que não ache importante essa simbologia da união, contudo como ele não citou ou fez um adendo a respeito da união entre pessoas do mesmo sexo, fiquei um pouco sem entender direito o que quis dizer.

Mas é isso, vejam e pensem um pouco sobre...



BIOGRAFIA:
Robert Happé nasceu em Amsterdã, Holanda. Estudou religiões e filosofias na Europa e dedicou-se desde então a descobrir o significado da vida. Estudou também Vedanta, Budismo e Taoísmo no Oriente durante 14 anos, tendo vivido e trabalhado com nativos de diferentes culturas de cada região onde esteve - Índia, Tibet, Camboja e Taiwan.

Em seu retorno à Europa, sentiu necessidade de compartilhar o conhecimento adquirido e suas experiências de consciência. A partir daí...

trabalhou em várias universidades, e tem trabalhado continuamente com grupos de pessoas interessadas em autoconhecimento e desenvolvimento de seus próprios potenciais como seres criadores.

Desde 1987 vem compartilhando informações em forma de seminários e workshops em países da Europa, na África do Sul, nos EUA, na Austrália, e no Brasil.

Seu trabalho é independente, estando desvinculado, sob todo e qualquer aspecto, de organizações religiosas, seitas, cultos e outros grupos.

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Oliver Stone - South of the Border

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Está para ser lançado o próximo filme do cineasta americano Oliver Stone, diretor de Platoon, Nascido em 4 de Julho, JFK, entre outros sucessos. O documentário South of the Border é uma tentativa ...

de mostrar a nova configuração socio-política da América do Sul, com as mudanças significativas que vieram com as eleições na maioria dos países desse continente. Com a chegada no poder de Lula, Chávez, Evo, Rafael Corrêa. Essa "Onda esquerda" modificou muitas coisas no cenário político mundial.

O filme é produzido pelo cineasta e pelo historiador Tariq Ali, autor de diversos livros e textos sobre o imperialismo e editor da revista New Left Review. Os dois visitam e entrevistam os presidentes da Argentina - Cristina Kishner e seu marido, ex-presidente; do Brasil - Lula; da Venezuela - Chavez; da Bolívia - Evo Morales; do Paraguai - Fernando Lugo; de Cuba - Raul Castro e do Equador - Rafael Correa. Mostrando o que eles têm em comum. Uma idéia, uma vontade de construirem um continente que caminhe com seus próprios pés, independentes, fortes política, econômica e culturalmente. Que se descolonialize da Europa e dos mandtários americanos.

Trabalho importante, pois me parece que ele tenta "desmascarar" o discurso da grande mídia a respeito da imagem que fazem, principalmente, do Hugo Chávez. Como diria Churchil: "Não existe opinião pública e sim opinião publicada". Precisamos inverter isso. Não dá mais para nos deixar levar tão fácil pelo que é veiculado pela grande mídia, ou como outros preferem dizer (até eu as vezes) mídia hegemônica. Espero que esse filme trate de forma sensata e coerente as principais questões políticas que ficam sempre no véu da escuridão das principais redes de comunicação.

Muito ansioso para ver. Vamos conferir!

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Uma teoriazinha da conspiração pra quem odeia isso!!!

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Quem nunca ouviu alguém uma vez proferir a seguinte frase: "O homem nunca foi na lua, tudo armado pelo governo americano!!!" Então... eu sou uma dessas pessoas... rsrsrs
Um dia me indicaram um site, ele se chama SHOW DA LUA

Esse site pretende esclarecer alguns "belos" equívocos da humanidade, para não dizer mentiras, ou mesmo crimes, como prefere o autor da página. Ele tem algumas teorias bem legais... com textos, vídeos, teorias, denúncias, "provas". Apesar de achar bem interessante e não duvidar disso tudo, acaba sendo um tanto engraçado.



Segue um trecho do que o autor escreveu sobre suas teorias:

"Ano passado (2006) a N.A.S.A. divulgou para todo o planeta que "PERDEU" 700 arquivos da "viagem a Lua", entre eles, os vídeos originais da missão Apollo e os negativos das "fotos na Lua". Os caras-de-pau da N.A.S.A. simplesmente SUMIRAM com as EVIDÊNCIAS do CRIME que cometeram! Realmente é muito conveniente dizer que "PERDERAM" todos os vídeos e fotos originais da "viagem a Lua" pois hoje em dia qualquer perito facilmente comprovaria a FRAUDE. Como é possivel que a N.A.S.A. com toda a "suposta segurança" que tem em suas instalações seja capaz de simplesmente "PERDER" os arquivos do feito considerado pela humanidade como o mais importante da história?!?! Eu nasci em 1964 e tenho até hoje minhas fotos originais de 1969 quando tinha 5 anos mas a N.A.S.A. não conseguiu guardar as fotos da "viagem a Lua"??? Como podem subestimar desta forma a inteligência dos seres humanos? Citando Che Guevara : " A única luta que se perde é a que se abandona". E a nossa luta vai continuar, não vamos abandoná-la até provarmos que estas "viagens espaciais" são uma FARSA e que o governo dos EUA e a N.A.S.A. cometeram um verdadeiro CRIME contra a humanidade !!!"

Além disso ele tem outras teorias, como a que nunca houve explosões atômicas, como as de Hiroshima e Nagasaki. Que a Terra não gira em torno do sol, 11 de setembro e muito mais. Também com videos e teorias! É engraçado mas é sério. Bem legal. Vale a pena!


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Mais uma semente na cabeça das pessoas

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Alguém, aqui, não usa o Google como plataforma padrão de busca na internet??? Acho que não! Então vai uma dica.

Entre no site Eco4Planet e coloque-o como seu site padrão de busca do seu navegador. Fácil! Vá em "ferramentas" em seu navegador e lá clique em opções. Simples. Você se vira a partir daí. Cada navegador muda um pouco, mas nada muito complicado de se fazer. Mas vale a pena. Pelo seguinte: Esse site é um projeto que utiliza a plataforma Google para efetuar as buscas feitas pelas pessoas. Só que a cada número especifico de buscas feitas pelos internautas, uma árvore é plantada. Dentre outras coisas que eles fazem em favor do meio ambiente. Muitos podem dizer que já plantaram mais árvores do que eles até agora (no momento eles já plantaram 46 árvores). 





É, realmente pouco. Até agora! Todo projeto tem seu início. Sendo divulgado, as pessoas cada vez mais utilizando esse site de busca como padrão em seus micros, mais árvores serão plantadas. Mas para mim, o mais importante não são essas árvores plantadas, todavia, sim, a semente que é plantada na cabeça das pessoas. Acredito que campanhas como essa vão mudando hábitos, idéias e concepções das pessoas à respeito de como elas vêem o mundo e as coisas.

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Crônica de uma catástrofe ambiental

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Alguns anos atrás eu produzi e dirigi um curta documentário intitulado "Guapimirim". Durante uma pesquisa socioambiental dentro de uma área de proteção ambiental (APA Guapimirim) com as populãções residentes no distrito de Itaboraí, no Rio de Janeiro, no ano de 2005, fomos surpreendidos pelo derramamento de mais de 100 mil litros de óleo diesel na cabeceira do rio Caceribu, após um trem descarrilar nas proximidades. A população local, maioria sobrevivendo da pesca e da catação de caranguejo na Bahia de Guanabara, se viu mais uma vez sem saber o que fazer, como agir. Acabei registrando os acontecimentos, as conversas com a empresa, com representações do governo e do IBAMA. No final das contas,

isso gerou esse meu curta. Quem se interessar pode ver um clipe de fotos do filme no youtube. www.youtube.com/watch?v=8BM5_lIF8JI

Mas o que quero aqui nesse post é divulgar outro caso grave de descuido, descaso e falta de respeito com a população e com o meio ambiente. Lendo o site da Revista Fórum encontrei uma reportagem especial à respeito desse caso.

"Na madrugada do dia 18 de novembro de 2008, um líquido leitoso escorreu silenciosamente para as águas barrentas do rio Pirapetinga. Veneno. Os peixes que entravam em contato com aquilo tinham o sistema nervoso atacado. Convulsões. Hemorragia interna. Morte. O vazamento seguiu por horas, sem que ninguém percebesse. Tempo suficiente para que o produto químico saísse do afluente e chegasse ao principal rio que abastece o estado do Rio de Janeiro: o Paraíba do Sul. Ninguém sabia ainda, mas as próximas horas trariam pânico aos municípios próximos..."



Quem quiser saber um pouco mais sobre esse caso e se puder também divulgá-lo... será de enorme importância. Novamente, insistindo, precisamos divulgar o que não nos informam. Vale à pena, é uma excelente matéria, com artigos, entrevistas, videos. Confira aqui!

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Video espanhol sobre a "Gripe Suína"

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Um bom e curto vídeo tem circulado bastante pelo universo "bloguistico" ultimamente por causa dessa pandemia informativa sobre a "nova gripe", ou gripe suina, H1N1, influenza A, etc...


O vídeo, uma produção espanhola, mostra que antes dos problemas clínicos, "pandêmicos", há questões mais sérias e relevantes a serem discutidas, como os interesses políticos e econômicos de certos grupos políticos/corporativos.


Para que tais interesses sejam concretizados é necessária uma certa ajuda dos meios de comunicação em massa, que disseminam uma doença muito mais letal que o vírus H1N1, a falsa informação, ou a informação mal intensionada.

No curta, muito bem realizado e finalizado, volta-se aos tempos de gripe aviária para mostrar que dados colocados na mídia para causarem medo, senão pânico na população, não passam de "lorota" política informativa.

Há meses, aqui no Brasil, as pessoas estavam morrendo de febre amarela e depois de dengue, e agora o que se vê, aliás, o que não se vê, é notícia de gente morrendo de febre amarela, dengue, entre outras doenças que matam e sempre mataram mais que essa tal gripe suína.

Vale a pena conferir e começarmos a refletir mais sobre as coisas que lemos, ouvimos e vemos por aí.



Vale também voltar ao começo do meu blog e baixar esses dois filmes sobre manipulação informativa e controle social.

Zeitgeist
Zeitgeist: Addendum

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Informação pelo mundo

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Como esse blog gosta tanto que a informação circule por aí, vai uma dica interessante.



O site kiosko.net é um diretório visual da imprensa mundial. O que significa isso? Através dele você pode acompanhar visualmente todas as capas de "todos" os principais jornais do mundo e, se interessar, acessar o site do referido. Pode, também, saber sobre como foram as capas da semana, se tiver perdido ou quiser pesquisar alguma matéria passada.

Outros links semelhantes e que podem interessar:
Net Papers
Guia da Mídia
Banca de Jornais
 

Bom proveito!

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E se fosse o Lula...?

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Esses dias li uma matéria sobre um caso de racismo entre vizinhos numa cidade norte-americana. Uma mulher desconfia que a casa do vizinho está sendo assaltada,liga para a polícia, que prontamente vai ao local conferir o que está se passando. Chegando na casa do suposto assalto, os policiais descobrem que o possível assaltante (diga-se de passagem, negro) era nada mais que o dono da casa, um renomado professor da Harvard University. Ler a matéria na íntegra aqui.

Mas o que quero tratar aqui é sobre outra coisa.
O presidente Obama acabou entrando na história, criticando, inicialmente, os policiais para depois voltar atrás e marcar uma cervejada com os envolvidos (menos a mulher que ligou para a polícia) e tentar amenizar o caso.
Segue a foto do grande encontro.

Minha questão é a seguinte: 
Eu, particurlamente, acho esse caso muito interessante e a atitude de Obama bem legal. Despretenciosamente carismática e diplomática. 
No entanto, imagino isso acontecendo aqui no Brasil. Algum nordestino sendo acusado de alguma coisa injustamente, para depois se descobrir que ele não era o que se pensava e além de tudo era um renomado "alguma coisa". Lula, constrangido com a situação e comovido por ser conterrâneo do acusado, critica os acusadores, mas depois para não dar pano pra manga, convida os envolvidos para uma partidinha de futebol, uma cervejada ou mesmo para tomar umas pinguas vindas de minas. Como seria a abordagem midiática à respeito?
Segue uma pequena dose aqui.

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Bons filmes

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Para quem gosta de assistir a bons filmes, segue uma excelente dica:




O site www.makingoff.org é um fórum especializado em cinema de alto nível. Lá você pode baixar (através de torrent ou emule) os melhores filmes já produzidos até hoje. Desde raridades até as maiores novidades da produção atual. Lá, só não entra filme Blockbuster. Mesmo até os blockbusters bons não têm chance... não só pelo conteúdo, mas sim pelo fato de serem blockbusters, sendo de fácil acesso em qualquer outro site de downloads. Os administradores do fórum colocam algumas regras básicas para participação nele. Um dos principais é participar ativamente, postando comentários, fazendo upload de filmes novos, não valendo o velho costume de "depois que baixei, danem-se os outros". Depois do servidor ficar sobrecarregado com tantos integrantes, os moderadores decidiram retirar os que não utilizavam com frequencia ou seguiam as regras básicas, deixando somente os que participavam e, a partir dali, que fossem convidados a participar do fórum.

Quem realmente se interessar em participar do fórum do Making Off, é só enviar um pedido que eu enviarei um convite. Só peço para que participem mesmo, pois ficarei com meu filme queimado se convidar pessoas que entrem só para baixar ou entrem uma vez e depois nunca mais apareçam. Fora que só tenho disponivel, por agora, mais 9 convites e não sei quando, e como, terei mais.

Grande abraço a todos e desculpem o meu atraso aqui no Blog. Minha vida está muito corrida... graças aos deuses!

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Liberdade de expressão x liberdade de imprensa

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Li um ótimo artigo da Sylvia Moretzsohn no site Observatório da Imprensa sobre esse tema.

Vale a leitura!!

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=532CID001




A causa da liberdade provoca paixões. Paixões que alucinam. Empolgado na defesa de sua proposta de abolição da Lei de Imprensa, na sessão em que o Supremo Tribunal Federal começava a discutir o tema, o deputado Miro Teixeira exagerou na metáfora clássica do "quarto poder": a imprensa não seria apenas representante do povo, seria o próprio povo. Assim resumiu O Globo a fala do deputado, na edição de quinta-feira (2/4):
"A imprensa são os olhos do povo. Requeiro que desapareça a possibilidade de pena a jornalista ou responsável pela publicação sempre que houver causalidade com o direito do povo e que nós possamos ter um país em que o povo possa controlar o Estado e não que o Estado possa controlar o povo, como temos hoje".
E o povo, como todo mundo sabe, "se vê" na Globo.

Caberia perguntar, então, qual o sentido da democracia e da realização regular de eleições diretas para os mais variados cargos legislativos e executivos do poder do Estado, qual o sentido da existência dos mais diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, se quem nos representa – perdão: quem incorpora nossa identidade – são as empresas de comunicação?

Grandes empresas privadas de comunicação, segundo o modelo vigente no país.

Grandes empresas privadas podem ser a referência de expressão do interesse público?

Quem sabe a pergunta nem faça sentido, pois é forçoso reconhecer que, identificada com o "povo", a imprensa estabeleceria essa "linha direta" – portanto, sem mediações – comprometida com a expressão daquilo que outro deputado, em outra ocasião, chamou de "instintos mais primitivos". Afinal, o "povo" é assim.

Entretanto, vindo de quem vem, o raciocínio nem é tão surpreendente. Num passado relativamente recente, numa das muitas vezes em que os exageros televisivos expressavam precisamente esses "instintos" e levaram à discussão sobre a necessidade de se estabelecer limites para a programação, Miro Teixeira, então ministro das Comunicações, argumentava singelamente que "o melhor controle é o controle remoto" [CartaCapital, "Globo: questão de Estado", 1/10/2003]. Era uma declaração absolutamente coerente com a lógica neoliberal da democratic marketplace, na qual o cidadão é assimilado ao consumidor e o consumidor "tem sempre razão". Hoje, porém, com o abalo provocado por uma crise financeira global de consequências ainda imprevisíveis, conviria refrear um pouco esse ardor em torno do mercado.

Liberdade de expressão x liberdade de imprensaRetornemos ao argumento original. Esse "direito do povo" a que o deputado se refere é o direito à liberdade de expressão, automaticamente identificado ao da liberdade de imprensa. Seria importante desfazer o equívoco, porque afinal se trata de duas coisas diferentes: bastaria indagar, por exemplo, se o jornalista funcionário de uma empresa goza de tal liberdade; ou mesmo se "o povo" não teria a sua liberdade de expressão restrita quando envia uma carta não publicada ou – nesses tempos de "cidadãos-repórteres" – manda uma colaboração ou denúncia que acaba descartada. (Neste segundo caso, a resposta óbvia é não, porque não há jornalismo sem edição, e editar significa fazer escolhas. Jornais devem zelar por sua linha editorial. Além disso, em qualquer suporte diferente da internet, têm espaço limitado).

Mas essa confusão é muito adequada quando se deseja tratar abstratamente desse tema tão delicado que é a liberdade de imprensa, esquecendo-se convenientemente as condições concretas em que se pratica o jornalismo e os interesses envolvidos no negócio da imprensa, especialmente num contexto de forte concentração dos meios de comunicação.

Ressalvas ignoradasNa exposição de motivos em que sustenta a proposta de revogação da lei, Miro Teixeira busca fundamentação em uma série de juristas, entre os quais pelo menos dois apontam conflitos que ultrapassam a demanda específica da petição. Assim, José Joaquim Gomes Canotilho ressalta:
"A liberdade interna de imprensa (...), que implica a liberdade de expressão e criação dos jornalistas bem como sua intervenção na orientação ideológica dos órgãos de informação (...), pode considerar-se em colisão com o direito de propriedade das empresas jornalísticas".
Logo a seguir, José Afonso da Silva argumenta:
"A liberdade de informação não é simplesmente a liberdade do dono da empresa jornalística ou do jornalista. A liberdade destes é reflexa no sentido de que ela só existe e se justifica na medida do direito dos indivíduos a uma informação correta e imparcial. A liberdade dominante é a de ser informado, a de ter acesso às fontes de informação, a de obtê-la. O dono da empresa e o jornalista têm um direito fundamental de exercer sua atividade, sua missão, mas especialmente têm um dever. Reconhece-se-lhes o direito de informar ao público os acontecimentos e ideias, mas sobre eles incide o dever de informar à coletividade de tais acontecimentos e ideias objetivamente, sem alterar-lhes a verdade ou esvaziar-lhes o sentido original, do contrário, não se terá informação, mas deformação. Os jornalistas e empresas jornalísticas reclamam mais seu direito do que cumprem seus deveres".
A liberdade "natural"O jurista prossegue nos termos clássicos que reiteram o papel da imprensa como "quarto poder", elemento de expressão da vontade popular e de defesa contra os excessos do Estado. Não envereda pela discussão das questões complexas e sempre polêmicas sobre objetividade e imparcialidade, que estão no cerne da prática jornalística. Apenas anota a crítica: jornais e jornalistas reclamam mais seu direito do que cumprem seus deveres.

É quanto basta, sobretudo porque a frase jamais será mencionada – muito menos destacada – em qualquer jornal.

E, embora sirva-se do argumento de dois juristas que fazem tais ressalvas, Miro sustenta que "o pensamento e sua manifestação, assim como a informação, são naturalmente livres".

Naturalmente: vivemos num mundo – e num país – igualitário, sem coerções ou constrangimentos.

Liberdade e responsabilidadeAo justificar seu voto pela extinção total da Lei de Imprensa, o ministro Ayres Britto, relator da ação proposta pelo deputado, mencionou a necessidade de "permanente conciliação entre liberdade [para a atuação da imprensa] e responsabilidade", porque, "sob o prisma do conjunto da sociedade, quanto mais se afirma a igualdade como característica central de um povo, mais a liberdade ganha o tônus de responsabilidade". Entretanto, não explorou esse caminho, que conduziria a uma estimulante discussão sobre a suposta, ou pretendida, "mudança de paradigma" – da liberdade de imprensa para a responsabilidade da imprensa – ensejada há mais de 60 anos pelo famoso relatório da Comissão Hutchins, como Venício A. Lima expôs em artigo neste Observatório (ver "A responsabilidade social da mídia").

Pelo contrário, logo no início de sua declaração de voto, o ministro cita a Primeira Emenda da Constituição americana, sem recordar que, desde 1919, a Suprema Corte daquele país estabelece limites à livre expressão, como o advogado José Paulo Cavalcanti Filho demonstrou em artigo também publicado neste Observatório (ver "O drama da verdade – ou discurso sobre alguns mitos da informação").

A sequência do discurso é a reiteração do pensamento liberal clássico. Ayres Britto define a imprensa como "o espaço institucional que melhor se disponibiliza para o uso articulado do pensamento e do sentimento humanos como fatores de defesa e promoção do indivíduo, tanto quanto da organização do Estado e da sociedade" e considera que "é pelos mais altos e largos portais da imprensa que a democracia vê os seus mais excelsos conteúdos descerem dos colmos olímpicos da pura abstratividade para penetrar fundo na carne do real".

No entanto, deixa-se ficar na abstratividade, ao reforçar o argumento de Miro Teixeira, que vê "a imprensa como alternativa à explicação ou versão estatal de tudo que possa repercutir no seio da sociedade", e daí concluir que ela significa o "garantido espaço de irrupção do pensamento crítico em qualquer situação ou contingência" (o destaque é meu).

As "neves eternas da legalidade"Vício de jurista, talvez, como escreveu certa vez o também jurista Nilo Batista, com a verve que lhe é peculiar:
"Juristas sofrem de uma doença profissional perigosa, proveniente do contraste entre as altas temperaturas da fundição do discurso do poder e as neves eternas da legalidade compreendida pelo viés positivista, que congela esse discurso na lei. Tal enfermidade nos habilita a perceber conflitos sociais como simples deficiência de normatização, que o inesgotável Estado do bem-estar jurídico tratará logo de suprir, motivo pelo qual adquirimos a capacidade mágica de superá-los com dois ou três artigos e parágrafos. Ficamos sempre um pouco desorientados perante a força bruta que rompe os modelos legais, ansiosos por repousar no porto seguro de alguns incisos e alíneas".
(A propósito, o trecho é parte de um artigo que o autor enviou à Folha de S.Paulo, no qual tentava polemizar com um professor norte-americano que, em artigo reproduzido no caderno "Mais!", defendia a política de guerra de Bush. "Tentou em vão", como escreveu na revista da qual é editor, e na qual finalmente publicou seu texto. "Parece que a opinião de juristas brasileiros, salvo poucas exceções, não interessa muito ao `Mais!´, ou interessa mais ou menos").

Penetrando "a carne do real"Assim, só é possível pensar que a imprensa é esse "garantido espaço de irrupção do pensamento crítico" se desconsiderarmos as situações objetivas e optarmos pelo consolo dos incisos e alíneas, como numa paráfrase à máxima do Direito: dentro da lei, dentro da vida.

Dessa forma, o ministro pode afirmar que "quem quer que seja pode dizer o que quer que seja". Pode, ainda, elogiar o caminho da autorregulação da imprensa, buscando o exemplo do noticiário sobre o parlamentar americano que se suicidou em frente às câmeras: as imagens foram congeladas antes do disparo fatal. Entretanto, se quisesse "penetrar fundo na carne do real", poderia ficar por aqui mesmo e recordar o recente episódio da cobertura em "tempo real" do sequestro e assassinato da jovem Eloá Pimentel, em Santo André; ou do acompanhamento ao vivo do "caso Isabella"; ou dos ataques do PCC em São Paulo, em 2006; e paremos por aqui porque a lista é interminável.

Um equívoco de origem ancestralComo se há de perceber, este artigo não pretendeu discutir a necessidade ou não de uma Lei de Imprensa, embora esta seja uma questão de extrema relevância. Pretendeu apenas demonstrar os descaminhos de um debate central para a cidadania, quando se desconsidera a realidade concreta para a definição do direito de informar e ser informado.

Não seria possível concluir sem mencionar uma hipótese para as origens desse equívoco tradicional que suspeita do poder do Estado e aceita placidamente o poder econômico. Como argumentei certa vez, a idéia de autonomia ou independência da imprensa significa implicitamente autonomia ou independência em relação ao Estado – o que ratifica o conceito de "quarto poder" –, enquanto a dependência em relação ao poder econômico é vista como parte da ordem natural das coisas.

A origem dessa dicotomia sugere uma remissão completamente descontextualizada ao entendimento do mercado como uma extensão da vida doméstica, na qual os cidadãos deliberam "livremente". Ou seja, enquanto a naturalização do papel político da imprensa como fiscal do poder tem dois séculos, a naturalização da subordinação da imprensa às leis do mercado é um pouco mais antiga: remete à polis grega, ao oikos como extensão da vida privada.

O que mais impressiona é que, na era da mais extrema concentração de capital do mundo globalizado, esse equívoco ainda sobreviva.

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Livemocha

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Aproveitando a minha falta de compromisso com meus docs aqui no blog... passo uma dica bem legal de um site para quem quer aprender ou aprimorar alguma língua.
O site www.livemocha.com é gratuito e permite que você estude diversas línguas da mais variada forma e práticas didáticas. Seja inglês, francês, espanhol, português, alemão, italiano, mandarin, russo, japonês, hindi e mais algumas outras.
Além de pode aprender, aprimorar outras línguas, podemos ajudar outros usuários do Livemocha a aprimorar e aprender também.
Vale a pena a visita no site. Aproveitem enquanto é gratuito. Está rolando um papo que vai deixar de ser já já... então aproveitem.
Espero que a dica seja boa! Está me ajudando muito com o inglês.


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A história da internet

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Sei que estou devendo o meu banco de dados de todos os filmes, videos e festivais de cinema crítico, que questionam o sistema, as instituições... mas enquanto isso... através do blog de um amigo meu (Thiago Mattos - Sangue de Barata) eu conheci um video muito legal, bem recente, sobre a história da internet. Uma pequena animação de apenas 7 minutos.

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Enquanto isso... na Tabacaria

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Nada a dizer.

Só peço que leiam. Vale a pena.



TABACARIA
15-1-1928 )
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)



Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu ,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo.
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando.
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
0 mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num paço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela.

0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu.

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Soterram também a informação, o debate...

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Acabei de ler um artigo muito interessante e que para alguns desavisados e apressadinhos nervosos pseudo-defensores do ser humano, podem acabar achando que o texto critica a cobertura da mídia ao tratar com tanta tristeza os mortos, feridos e desabrigados na catástrofe que se tornou as enchentes no sul do país.

Mas penso e corroboro com o seguinte, insistindo na tecla, há mais desinformação do que jornalismo real nos meios de comunicação. O que só se vê e lê é comoção atrás de comoção, quando não leviandades e verborragias críticas em cima de governos e governantes. Cadê o debate sério? A crítica ao mercado e as elites especuladoras? Podem dizer que sou ingênuo, mas a verdade é que sei sim o quanto isso é pedir demais para os meios de comunicação. Só que no fundo não estou pedindo aos meios, mas sim à sociedade, a todos nós. Nós que temos que cobrar e nos cobrar.

Claro que devemos nos comover, se envolver. Claro que temos problemas estruturais, políticos e, agora, de emergência para resolvermos. No entanto, não vejo muito, além ou após a cobertura solidária aos desabrigados uma matéria em que se discuta porque situações como essa não param de acontecer em nosso país.

Alguns trechos do artigo que nos faz pensar um pouco além da cobertura oficial:

"Impossível não nos ficar a impressão que autoridades e mídia, e talvez uma boa parte da sociedade, já assimilaram como fatos naturais do destino brasileiro as horríveis mortes por soterramento e enchentes que anualmente fazem dezenas de vítimas nessas épocas de chuvas mais intensas. Diluem-se assim comodamente nesse cenário de pretenso destino compulsório as responsabilidades públicas e privadas na verdade responsáveis por tantas vidas violentamente ceifadas."

"A questão essencial é que estão sendo ocupadas pela urbanização, à vista e com o beneplácito oficial, áreas que por suas condições geológicas jamais poderiam ser utilizadas para tal fim. Pior, estão sendo ocupadas utilizando-se de expedientes técnicos (desmatamento, cortes, aterros, disposição viária...) totalmente contra-indicados para tais situações."

"Para uma mais acurada compreensão do problema e para o correto equacionamento de sua solução, é indispensável considerar separadamente dois aspectos fundamentais, mas bem diversos, dessa questão; o fator técnico e o fator político-social-econômico."

Segue alguns outros exemplos de enchentes que enfrentamos esse ano aqui no Brasil:
Novamente, nossa amiga Globo nos fornece o material.








O artigo é do geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos e foi publicado na Agência Carta Maior.

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Atrás do trono existe outro rei...

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Há um tempo atrás conheci um site muito interessante. Ele me chamou a atenção por diversos motivos. Segundo o próprio site www.theyrule.net ele objetiva fornecer uma olhada em alguns dos relacionamentos da classe governante nos EUA. Faz um exame focalizando nas diretorias de algumas das companhias mais poderosas dos EUA, que compartilham muitos dos mesmos diretores. O usuário pode gravar um mapa das conexões completas com suas anotações e enviar por email links destes mapas a outros.

Então, para quem se interessa em conhecer um pouco mais sobre os que realmente comandam as finanças e a política no mundo, vale a pena visitar esse site. Apesar dele estar desatualizado desde 2004, pode-se visitar o blog para ficar por dentro das atualizações.

Descobre-se, por exemplo, quantos acionistas (diretores) estão envolvidos nessas empresas. Um diretor que está envolvido com a American Express também está envolvido com a Xerox (Vernon E. Jordan, Jr.), sendo que na Xerox há um diretor que se envolve com a AT&T e a General Eletrics, e assim por diante. No fundo ficamos com a sensação de que eles que comandam nossas vidas.

Fico imaginando muitos lendo esse post e me achando um jovem ingênuo, que acha que está dizendo uma novidade, ou me criticando por estar dizendo uma bobagem e algo que todos já sabem e que não tem nada demais. Posso até concordar, mas que acredito com todas as minhas forças que só sairemos dessa nossa condição humana com tanta desigualdade, guerra e intolerância, quando mudarmos nossa maneira de construir nossas sociedades, sem esse corporativismo, mercadorização até da sombra... Esse site ajuda a vizualizar melhor como funciona a estrutura corporativa em nosso planeta. As relações humanas.

Um filme documentário é muito interessante de se ver nesse contexto e complementar o que estou querendo dizer é o canadense "The Corporation", muito conhecido por aqui, no Brasil (ainda bem!).

The Corporation (2003) - Legendado PT-Br


Para quem prefere baixar em torrent para guardar ou ver com mais tempo e melhor qualidade, pode-se baixá-lo por aqui:

Torrent
Legenda Pt-Br

O documentário fala sobre a história das corporações no mundo (as famosas S.A.) e suas influências sobre a humanidade, em áreas como política, economia e meio ambiente.

Um pouco sobre o filme você pode ver aqui.

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Faltou Educação

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Recebi semanas atrás um e-mail intitulado "CARTA DE REPÚDIO À REVISTA VEJA". Numa mistura de felicidade e tristeza, li com muita atenção o texto em que a viúva de Paulo Freire, um dos maiores pensadores que o mundo contemporâneo já produziu, escreveu para responder a um artigo publicado na revista em setembro deste ano.
Segue um trecho do artigo e em seguida a resposta de Nita.

VIÚVA DE PAULO FREIRE ESCREVE CARTA DE REPÚDIO À REVISTA VEJA
Publicado em 12 de setembro de 2008 às 10:38

por CONCEIÇÃO LEMES


Na edição de 20 de agosto a revista Veja publicou a reportagem O que estão ensinando a ele? De autoria de Monica Weinberg e Camila Pereira, ela foi baseada em pesquisa sobre qualidade do ensino no Brasil. Lá pelas tantas há o seguinte trecho:

"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa, que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado".

Curiosamente, entre os especialistas consultados está o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp. Ele é o autor de um artigo publicado na Folha, em 1990, cujo título é Ceausescu no Ibirapuera. Sem citar o Paulo Freire, ele fala do Paulo Freire. É uma tática de agredir sem assumir. Na época Paulo, era secretário de Educação da prefeita Luiza Erundina.

Diante disso a viúva de Paulo Freire, Nita, escreveu a seguinte carta de repúdio:

"Como educadora, historiadora, ex-professora da PUC e da Cátedra Paulo Freire e viúva do maior educador brasileiro PAULO FREIRE -- e um dos maiores de toda a história da humanidade --, quero registrar minha mais profunda indignação e repúdio ao tipo de jornalismo, que, a cada semana a revista VEJA oferece às pessoas ingênuas ou mal intencionadas de nosso país. Não a leio, por princípio, mas ouço comentários sobre sua postura danosa através do jornalismo crítico. Não proclama sua opção em favor dos poderosos e endinheirados da direita, mas, camufladamente, age em nome do reacionarismo desta.

Esta vem sendo a constante desta revista desde longa data: enodoar pessoas as quais todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Paulo, que dedicou seus 75 anos de vida lutando por um Brasil melhor, mais bonito e mais justo, não é o único alvo deles. Nem esta é a primeira vez que o atacam. Quando da morte de meu marido, em 1997, o obituário da revista em questão não lamentou a sua morte, como fizeram todos os outros órgãos da imprensa escrita, falada e televisiva do mundo, apenas reproduziu parte de críticas anteriores a ele feitas.

A matéria publicada no n. 2074, de 20/08/08, conta, lamentavelmente com o apoio do filósofo Roberto Romano que escreve sobre ética, certamente em favor da ética do mercado, contra a ética da vida criada por Paulo. Esta não é, aliás, sua primeira investida sobre alguém que é conhecido no mundo por sua conduta ética verdadeiramente humanista.

Inadmissivelmente, a matéria é elaborada por duas mulheres, que, certamente para se sentirem e serem parceiras do "filósofo" e aceitas pelos neoliberais desvirtuam o papel do feminino na sociedade brasileira atual. Com linguagem grosseira, rasteira e irresponsável, elas se filiam à mesma linha de opção política do primeiro, falam em favor da ética do mercado, que tem como premissa miserabilizar os mais pobres e os mais fracos do mundo, embora para desgosto deles, estamos conseguindo, no Brasil, superar esse sonho macabro reacionário.

Superação realizada não só pela política federal de extinção da pobreza, mas , sobretudo pelo trabalho de meu marido – na qual esta política de distribuição da renda se baseou - que demonstrou ao mundo que todos e todas somos sujeitos da história e não apenas objeto dela. Nas 12 páginas, nas quais proliferam um civismo às avessas e a má apreensão da realidade, os participantes e as autoras da matéria dão continuidade às práticas autoritárias, fascistas, retrógradas da cata às bruxas dos anos 50 e da ótica de subversão encontrada em todo ato humanista no nefasto período da Ditadura Militar.

Para satisfazer parte da elite inescrupulosa e de uma classe média brasileira medíocre que tem a Veja como seu "Norte" e "Bíblia", esta matéria revela quase tão somente temerem as idéias de um homem humilde, que conheceu a fome dos nordestinos, e que na sua altivez e dignidade restaurou a esperança no Brasil. Apavorada com o que Paulo plantou, com sacrifício e inteligência, a Veja quer torná-lo insignificante e os e as que a fazem vendendo a sua força de trabalho, pensam que podem a qualquer custo, eliminar do espaço escolar o que há de mais importante na educação das crianças, jovens e adultos: o pensar e a formação da cidadania de todas as pessoas de nosso país, independentemente de sua classe social, etnia, gênero, idade ou religião.

Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de concluir que os pais, alunos e educadores escutaram a voz de Paulo, a validando e praticando. Portanto, a sociedade brasileira está no caminho certo para a construção da autêntica democracia. Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de proclamar que Paulo Freire Vive!

São Paulo, 11 de setembro de 2008
Ana Maria Araújo Freire.


Eu tenho nojo dessa revista. Eisntein deve ter se revirado em seu túmulo ou trocado risadas irônicas ao lado de Freire aonde quer que estejam. Viva Einstein e Freire!

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Educação Liquidada

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Já conhecia por meio da internet o grupo "Cia Barbixas de humor", mas recentemente recebi um vídeo deles muito interessante e engraçado fazendo uma paródia das propagandas que fazem anúncio de universidades pagas. Apesar do vídeo ter sido feito para uma outra universidade paga de São Paulo e não caberá aqui julgamento desta e nem de outras específicas, achei que o vídeo além de fazer rir também faz pensar.

UNINADA - Cia. Barbixas de Humor


Existem outros dois vídeos parodiando esses comerciais, mas esse foi o que mais me fez rir e pensar nesse post.

Pensei, principalmente, em duas coisas. Como está sendo um descalabro essa invasão de universidades pagas que só têm o intuito de fazer dinheiro, lucro. Deixando para trás o que mais deveria preocupar quem estabelece o comprometimento com a educação ao criar uma casa do saber.

Não conseguimos mais ver quase nenhuma diferença entre um comercial das casas Bahia com o de uma universidade. Todos têm promoções imperdíveis, letras miúdas ilegíveis, textos animadíssimos e em alta velocidade, gente bonita pra dedéu e hiper mega felizes, e por aí vai... mas é isso... as coisas estão cada vez mais uniformizadas pela propaganda, pelo comércio, pelo mercado... "Uai! (me diria um mineiro... rsrs) Mas tem que ser assim mesmo! As pessoas precisam sobreviver, pagarem suas contas, se não vender, se não for assim, perde espaço no mercado e assim, excluído do sistema não terá como se sustentar... e quem vai pagar as contas??? Você??" Costumo ouvir muito isso. No final do mês quando chega uma conta sempre lembro disso, mas não me deixo enganar tanto assim por esse raciocínio... Mesmo sabendo que realmente precisamos pagar contas. Só acho que os meios estão confusos, obtusos, perdidos...

Sou do tipo que acredita que a educação, principalmente a pública, se tornou o que é hoje pela criação das escolas particulares. A partir do momento que você separa os ricos dos pobres, você separa os privilégios. Essa segregação se estabelece em praticamente tudo. Cria-se um desgaste, um abandono do Estado, ou do que é público para que em seguida comecem a dizer que o Estado está falindo (ou falido mesmo) e que nada melhor do que dar a "liberdade" a sociedade para que ela (mercado) estabeleça novas e melhores condições para suprir o que o Estado não teve competência para gerir. Vimos isso não só na educação, como nas telecomunicações, entre outros... Se há males que vem para o bem, acho que também devem ter bens que vem para o mal. Acho que muitas coisas melhoraram sim, claro... não sou maluco e cego. Só acho que essa falência do Estado, na maioria dos casos, é lorota, mentira e quando é verdade é construída... Não sou contra o mercado, por mais que possa estar parecendo. Sou a favor do equilíbrio. Tem que haver os dois. Só que entre os dois prefiro algo público, pois teríamos a quem recorrer ou depor. Já em instituições privadas só podemos "recorrer" ao Procon e olhe lá.

Acho engraçado esse discurso próneoliberal que defende com unhas e dentes o livre mercado e na hora em que ele entra em "crise" corre como uma criança no colo do Estado (do público, nosso, de todos) para pedir empréstimos e consignações sempre com a retórica de que se isso não acontecer a sociedade, a economia pode entrar em colapso, estagnação (olha o terror aí gente!!), inflação nas alturas, desemprego... DESEMPREGO!!! Esse é o grande discurso.... fingem se preocupar com o povão para recorrer ao nosso dinheiro!!! Ahahahahah!! Dá vontade de rir. Novamente bônus para eles, ônus para todos.

Voltando um pouco para a educação, mas mantendo esse pensamento mercado/Estado, acho engraçada essa defesa do livre mercado como solução de muitos problemas que o Estado não teve competência para gerir, ou pela defesa da liberdade individual de escolha (como se não houvesse com instituições públicas. Como se só houvesse a possibilidade de existir ou uma nação em livre mercado, liberal, ou uma nação "comunista", fechada, 100% estatal, controlada à mão de ferro... pô, pessoal, já tá na hora de parar com esse pensamentozinho década de 80 alá Reagan). Não param de chover casos em que se prova o quanto as instituições particulares também não estão conseguindo gerir seus proprios negócios. A culpa, claro, deve ser do Estado ou dessas crises que não param de pulular pelo mundo.


Gostaria de ver uma lei do senador Cristovão Buarque ser aprovada (claro que ele já sabe que não será) que faria com que todo cidadão eleito para um cargo político público fosse obrigado a matricular seus filhos em escolas públicas. Com o perdão do exagero, seria a salvação do país! rsrs... Imaginem só a melhoria que as escolas públicas sofreriam? Agora imaginem o êxodo nas escolas particulares... os com maior poder aquisitivo indo para as escolas municipais, estaduais e federais?? A melhoria na educação na infra-estrutura que haveria nas escolas? Imaginem só pobres e ricos, negros e brancos convivendo muito mais? Teríamos cidadãos muito melhores!!! rsrsrsrsrs!! Só sonhando e brincando mesmo!

Mas vamos ver uma coisa. Quando uma universidade pública entra em greve de funcionários, de professores ou até mesmo de alunos, como essas notícias são transmitidas pelos meios de comuicação? E quando há greve em universidades particulares? Não que não tenha matérias jornalísticas a respeito, mas eu não to lembrando de nenhuma... e se tiver e quando tiver, vale avaliar o conteúdo e tipo de abordagem da notícia.

Vale lembrar também na saúde. Claro que sofremos sim e muito com o serviço público de saúde, apesar de alguns bons exemplos aqui e ali (e vale lembrar, pouco falado nos meios), mas e matérias sobre o assalto que se tornou os planos de saúde? E sobre o mal atendimento e até mesmo picaretagem de médicos e funcionários de hospitais ou clínicas particulares?? E discussão sobre o absurdo HUMANO que é uma pessoa sofrer um acidente, estar morrendo, sei lá... qualquer coisa do tipo... e por algum motivo estar mais próximo de um hospital particular e NÃO PODER SER ATENDIDO!!! "Senhor, qual o seu plano???" SOBREVIVER!!!!!!! Por favor, pode ser?!?!??!?! Vale ver o filme $ICKO do Michael Moore sobre o sistema de saúde americano para termos uma noção de onde surgiu essa mentalidade para mim doentia.

Se alguém quiser baixar o filme Sicko por torrent e a legenda em Pt-Br
- Torrent
- Legenda 



Por enquanto é só... achei importante comentar sobre isso... volto a tratrar do assunto brevemente.

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Contra a Lei Azeredo

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Talvez por falta do que fazer, ou para nos fazer esquecer seus processos com caixa 2 de campanha, o senador Eduardo Azeredo do PSDB- MG, enviou projeto que vai a votação na semana que vem no Congresso Nacional. A redação dele é totalmente inaceitável para o cliente de serviços de internet no Brasil. Caso a lei seja aprovada, você, que está lendo isto, será automaticamente considerado a priori como criminoso pelo poder público.

E não se esqueça de participar do Manifesto em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet Brasileira. Eu já assinei. É só clicar aqui.

Esse post foi visto no blog do Marcelo Tas (considerado um dos melhores blogs do Brasil pela Revista Época)

Leia mais matérias aqui sobre esta lei tão significativa que, infelizmente, pode ser aprovada e mais infelizmente ainda não é divulgada e debatida pelos principais meios de comunicação (POR QUE SERÁ!??!!??!?!?!).

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Ética Automobilística (Parte 2)

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Acho que as coisas não estão boas mesmo. Mal fiz o primeiro post e já me vejo aqui, novamente obrigado a postar outro sobre o mesmo assunto...


Esses dias vi um noticiário na Globonews sobre o impulso nas vendas de carros usados na capital paulista. Não é a primeira e acredito que não será a última vez que me surpreendo com esse tipo de matéria.


quinta-feira 27/11/2008

Será que é disso mesmo que São Paulo, ou qualquer outra cidade esteja precisando??? Aí, novamente me pergunto: Até onde vai a responsabilidade dos meios de comunicação ao produzirem esse tipo de reportagem? Não estou querendo questionar que não façam essas matérias, ou até mesmo que vendam carros, mas sim em fazer essas, e quase todas as outras matérias, dessa forma. Mas de que forma?? Poderiam me perguntar. Essa forma (quase como uma fórmula) de anular, isolar questões que, a princípio, são as mesmas ou estão interligadas. A questão da poulição está diretamente ligada ao consumo irrefreável de carros; assim como o trânsito caótico, e por aí vai.... O que a grande mídia faz, quando monta uma matéria, uma pauta nesses moldes, está automaticamente isolando os princípios das verdadeiras questões. Carro está diretamente ligado a emissão de poluentes, entre outras coisas. Assim como nós, seres humanos, que estamos ligados uns aos outros, socialmente falando. Não sou jornalista e acredito que devo aprender muito sobre esse maravilhoso ofício, mas acredito que ao se montar matérias como essas, deve-se levar em conta (como princípio ético, aliás!) que um assunto pode estar interligado a outros. Assuntos de interesse e resposabilidade social como o caos urbano e ambiental que se tornou a nossa frota de carros circulando pelas rodovias. Por isso acredito que cabe ao universo midiático não se omitir de suas responsabilidades éticas sociais.

Depois não gostam que chamem tais reportagens de "matérias compradas"... não afirmamos nada... apenas fica a impressão...

Acho engraçado quando fazem uma matéria toda "bonitinha", "preocupada" e "responsável" tratando dos problemas advindos do caos nos trânsito...


segunda-feira 22/09/2008

... em nenhum momento a reportagem cita o estímulo que os próprios meios e o governo dão à venda de carros. Sempre com o argumento do estimulo ao desenvolvimento econômico, mais empregos, mais isso, mais aquilo... e coerêmcia que é bom, nada... "Claro, não podemos atrapalhar as vendas de quem nos paga..."

Quando fazem uma reportagem que se estimula o crescimento econômico, como na primeira matéria, não vejo em nenhum momento discutirem quais poderiam ser as conseqüências das vendas desses carros maravilhosos ao ambiente social, a não ser "estimulos" à nossa economia... Meu Deus, está faltando ética!!! Não está??? E se está faltando ética, é crime, ou algo muito próximo. Não venham falar que o mundo é assim, que estou sendo juvenil, ingênuo... sei da realidade, sei que nas relações o buraco é mais embaixo. Só acho que, precisamos usar desses "novos" meios de comunicação que são os blogs e afins para colocar cada vez mais o dedo na ferida, questionar, ir de encontro com o que não acreditamos mais.... Queremos, pelo menos, ver a mídia discutir a própria mídia. Ou são tão intocáveis? E se estão fazendo auto-análise, não estou vendo ou está muito pouco! Se é que está havendo!



Tem um filme documentário muito interessante chamado "Orwell Se Revira No Seu Túmulo" (no original "Orwell Rolls In His Grave"), dirigido por Robert Kane Pappas. O filme investiga o que a mídia não gosta de falar: Sobre si.
Reconstituindo meticulosamente o processo pelo qual a imprensa têm distorcido e frequentemente negado acontecimentos noticiosos reais, Pappas apresenta uma eloquente e fascinante mistura de profissionais da mídia e de orientadoras vozes intelectuais na imprensa.

Orwell Se Revira No Seu Túmulo


Para quem quer baixar em torrent:

Orwell se revira no seu túmulo (lengenda em português)


Outro filme que trata desse assunto é o média documentário brasileiro chamado "Sociedade do Automóvel", com duração de 40 minutos e direção de Branca Nunes e Thiago Benicchio.


Sociedade do Automóvel


O documentário é sobre São Paulo, mas serve para a maioria das grandes metrópoles. Vale conferir.

Para terminar, nada como lembrar as propagandas que passam nos intervalos desses noticiários:



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